1.11.05

Dia 6 Domingo

Aguardei o domingo com expectativa, talvez muitos telefonemas, o que fazer?
Talvez o melhor desse trabalho esteja na pessoa não ligar. Nessa virtualidade que passa pelo telefone. A materialização é sempre menos.
Quando alguém ligou, no Domingo, quase reclamei.
- Estou no meio de um almoço de família. Distante da obra.
E, novamente, como já aconteceu algumas vezes, o que aparece é uma pergunta de controle, uma pergunta que tenta localizar “de onde” eu falo.
- Onde você mora?
- qual sua formação?
Depois do almoço sai sem o celular, não queria mais falar com ninguém.
O que surpreende as pessoas quando atendo é o fato de não haver um discurso do outro lado, de não haver uma fala pronto, mas um alô. Ou até mesmo alguém que reclama do mau humor do dia.
Não falar com ninguém talvez fosse dar continuidade a um certo silêncio que cerca a obra; na mídia, no meio, etc.

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